As eleições legislativas americanas deste ano trouxeram sentimentos mistos ao presidente Donald Trump.
Se por um lado, aumentou seu domínio no Senado, a perda de maioria na Câmara pode emitir sinais para a campanha de 2020.
O primeiro deles é que o Partido Democrata optou por reforçar bandeiras identitárias, como o feminismo, imigração e problemas raciais.
Esta opção fez com que o partido segmentasse uma parte de seu eleitorado e os resultados se mostraram satisfatórios. O novo Congresso terá 22% de mulheres e na linha da representatividade ainda pode se destacar a presença de indígenas, muçulmanas e refugiadas.
Segundo artigo publicado no jornal ‘O Estado de São Paulo’ no Senado, Arizona e Tennessee elegeram mulheres pela primeira vez. No Texas, um dos estados com a maior população de latinos no país e reduto republicano, elegeu pela primeira vez duas legisladoras latinas.
Além disso, a ala socialista do Partido Democrata também registrou crescimento de 5 mil integrantes, em 2015, para 52 mil atualmente.
A expansão desse segmento pode trazer bandeiras como a implantação de um sistema público gratuito de saúde, algo nos moldes do já esvaziado Obamacare. Os socialistas obtiveram vitórias importantes nas primárias do Partido Democrata e concorreram em todos os níveis nestas eleições.
Caso suas pautas sejam adotadas pelo candidato do partido em 2020, o trabalho de Trump pode ser facilitado, justamente pelo político ter sido eleito em uma plataforma de combate à uma agenda mais progressista.
Entre os nomes especulados para a disputa estão o do ex-vice-presidente Joe Biden, do ex- prefeito de Nova York, Michael Bloomberg e também de Bernie Sanders, que perdeu as prévias para Hillary Clinton, em 2016.
TRANQUILIDADE
A garantia de domínio no Senado – 51 senadores contra 44 – também oferece ao presidente a chance de indicar mais nomes à Suprema Corte.
Outro ponto que merece atenção é que os Republicanos mantiveram nomes importantes como Ted Cruz, do Texas, que derrotou o democrata Beto O’Rourke e que pode oferecer votos importantes em um reduto tradicional do partido.
As eleições de 2020 devem ser ainda mais disputadas do que as de 2016.
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