A trajetória de queda na taxa de juros no Brasil tem sido constante desde o ano passado. E deve prosseguir por algum tempo. Os atuais 7% da Selic levantam uma discussão importante. Onde e como investir no atual cenário?
O primeiro aspecto que deve ser levado em consideração é que a redução da taxa afeta diretamente a rentabilidade de diversos tipos de investimento. Isso ocorre porque a diferença entre a Selic e o CDI fica cada vez menor. Hoje é inferior a 0,1%.
Ao final de 2017, a poupança conseguiu seu melhor rendimento nos últimos 11 anos, chegando a um ganho real de 3,88%. No entanto, é possível traçar estratégias que envolvam investimentos mais rentáveis e vamos falar um pouco sobre essas opções.
A primeira que surge no horizonte, até pelo desempenho recente, é a bolsa de valores. O Ibovespa tem chamado a atenção e encerrou o ano de 2017 com valorização de 26,86%.
Neste caso, o apetite para o risco necessariamente é maior e vai exigir um acompanhamento mais de perto do dia a dia e das variações naturais, desse tipo de investimento.
Outra oportunidade que aparece é a aposta nos fundos multimercado. A estratégia de diversificação se torna importante e esse tipo de aplicação abarca vários tipos de ativo.
Entre eles, estão os papéis de renda fixa, as ações de empresas, as moedas (como o dólar e o euro), os derivativos e os investimentos no exterior. A maior flexibilidade favorece a escolha. De acordo com algumas corretoras, a rentabilidade pode ser superior a 20% em algumas estruturas.
Perigo: queda da Selic
A queda da Selic, por sua vez, afeta a rentabilidade do Tesouro Direto, que envolve menos riscos, na comparação com outros tipos de investimentos.
Entre os três tipos de títulos do governo brasileiro, o Tesouro Selic acaba sendo o mais afetado neste quadro.
Justamente por estar atrelado à taxa básica de juros, tem sofrido mais com as variações e queda da Selic. Por outro lado, apresenta uma lucratividade maior no curto prazo e é garantido pelo Tesouro Nacional.
O investimento em Tesouro Direto é taxado pelo Imposto de Renda, que varia de acordo com o período da aplicação, ficando entre 15% e 22,5%.
O cenário de instabilidade da Selic
Não se pode tirar do radar o fato de que estamos em ano eleitoral e que o mercado, muito provavelmente, estará atrelado à agenda política. Não é possível prever com precisão como o Banco Central vai atuar na questão dos juros.
As projeções para a economia em 2018 são boas, tanto que o Fundo Monetário Internacional elevou a estimativa de crescimento brasileiro para 1,9% neste ano.
O mais importante é que a escolha e diversificação de investimentos devem ser acompanhadas por especialistas e devem ser feitas sempre com planejamento e leitura.
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